quarta-feira, 24 de setembro de 2008

RETRATO EM BRANCO E PRETO

Para K., a leitora que insiste em comentar como anônima

Em 2001, eu e a minha amiga Sílvia Helena visitamos, no Metropolitan Museum, a muito concorrida exposição de peças do guarda-roupa de Jacqueline Kennedy, nos anos em que fora primeira-dama. A grande revelação dessa exposição é que Ms. Kennedy vestia-se em tons vibrantes. Nos anos 60, jornais e revistas do mundo todo recheavam-se com imagens da primeira-dama dos Estados Unidos – mas essas eram imagens em branco e preto. Nos infinitos matizes de cinza dessas imagens, mulheres e modistas enxergavam não os tons vibrantes de tantos dos modelitos de Ms. Kennedy – mas tons sóbrios ou pastéis. E assim, em tons sóbrios ou pastéis, reproduziam esses modelitos.

Talvez nem todo mundo esteja consciente de que há infinitos matizes de cinza. Mas certamente todo mundo já viu uma imagem em branco e preto – uma imagem que retrata um fenômeno tridimensional (i.e. com altura, largura e profundidade) em uma superfície bidimensional (i.e. com altura e largura) justamente por conta dessa infinidade de matizes de cinza. E, imagino, certamente todo mundo já enxergou, nesses infinitos matizes de cinza, infinitas cores.

Que cores você enxerga neste retrato em branco e preto em que K. e eu, nas nossas adolescências, celebramos com amigos a partida do Guiga para o Atlantic College?

7 comentários:

Anônimo disse...

Enxergo as cores do arco iris de tua memória privilegiada!!!!!!
Atlantic College??? Despedida do Guiga???? Faz sentido.....mas não lembrava.
Não diga a data pleeeease, capaz de incorporar um nacionário kido e voar do 9º andar.
Que muitas ondas te beijem e acariciem os pés hoje!

Celso Dossi disse...

Oxi, nunca imaginaria essa história dos vestidos.
Rolava umas cores vivas? :)

Prem Madhuri disse...

A mim ressoa como a cor lilas, meio cintilante, como que brilhasse ao som de bolhinhas de uma boa espumante. Tipo assim, mais ou menos essa cor. Não tenho idéia do momento, mas esses das antigas, com uma boa turma, cheio da molecada... ah... sempre bom lembrar.
Bjs.

Alexandre Lucas disse...

Olha! A blogueira vive ;)
Não fale no tempo do B&W que entrega a idade gata ;)
Agora, falando sério, era maravilhoso ver os infinitos tons de cinza e colorir na imaginação!
Bj!

Daniel disse...

Oi Lucia
Leia meu blog hoje se puder, estou agradecendo la o seu comentario feito sobre meu blog.
Beijos de Londres
Dan
www.sembolso.blogspot.com

Alberto Pereira Jr. disse...

Lucia!! saudades de vc.. ta sumida, hein?

adorei a história.. e a sua foto..

beijaooo

Anônimo disse...

Passou um filminho aqui na. Boas lembranças. Lá está o meu grande amigo Rolf, que comigo formava o ataque do nosso time de futebol, que se apresentava todo sábado na quadra da igreja metodista, adventista (sei lá) do Campo Belo. Não éramos crentes, mas havia uma quadra lá e então... Agente se sujeitava a falar pouco palavrão pra jogar bola; do contrário vinha a bispa (irmã, pastora, sei lá) e acabava com o jogo. Na verdade éramos todos seguidores do Vitão, que tinha carro e dava carona pra gente nas tais festas da juventude teuto brasileira. Ele escalava o time também e por aí você pode ter uma idéia do quanto agente tinha que puxar o saco dele.

Mas a melhor lembrança foi a da sua risada, Lucia, que me fazia rir também, às vezes sem saber porque.

E depois constatei que nessa foto e naquela quadra de futebol havia muito mais mais cores do que nessa tarde fria, trinta e poucos anos depois. Sorry!